Belém. A Agropalma. A Usina de Biocombustível. Os 36 Mil Metros por Ano

 

 

A Agropalma está de volta ao mercado de biodiesel. Depois de 15 anos longe da produção de biocombustíveis, a empresa inaugurou sua nova usina, em Belém, com capacidade para produzir 36 mil metros cúbicos por ano. Líder na produção de óleo de palma, a companhia atuou por alguns anos na fabricação de biodiesel, utilizando o ácido graxo de palma para a produção do biocombustível. Contudo, a operação foi descontinuada em 2010, depois de ter se tornado economicamente inviável. A

gora, a tecnologia aplicada é considerada uma das mais modernas do setor, substituindo o ácido sulfúrico e o metilato de sódio por enzimas no processo de fabricação. Além disso, a empresa poderá usar qualquer tipo de matéria-prima oleosa, incluindo óleos com alta acidez e resíduos graxos e não apenas o óleo de palma. 

“Estamos muito contentes por retornar ao ramo do biodiesel em um momento que existe um direcionamento e crescimento desse setor. É um movimento em consonância com a busca por ações de inovação ecológica e uma transição justa”, afirma André Gasparini, diretor comercial, de marketing e P&D da Agropalma.

A usina foi estrategicamente instalada em Belém (PA) a cerca de 20 quilômetros das principais bases distribuidoras de combustível da região. Apesar de uma capacidade para 36 mil metros cúbicos por ano, a Agropalma projeta uma produção anual inicial de até 19 mil metros cúbicos de biodiesel, que vai atender prioritariamente o mercado paraense, a fim de suprir uma demanda de 7% do biocombustível. 

O foco no Pará não é por acaso. Em 2024, o estado precisou importar 268 milhões de litros de biodiesel para atender à sua demanda. Desse total, ao menos 79% do produto importado tiveram como origem o óleo de soja, vindo principalmente das regiões Centro-Oeste e Sul.

Os avanços regulatórios também ajudaram na decisão da Agropalma voltar ao mercado. Neste ano, o percentual de mistura de biodiesel ao diesel convencional está em 15%. A expectativa é alcançar 20% em 2030, o que indica um mercado garantido e com potencial de crescimento. Do ponto de vista da demanda, somente no Pará, o consumo do biocombustível deve aumentar 50% em uns cinco anos, passando de 448 milhões para 674 milhões de litros ao ano.

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