O governo do Amapá inaugurou na sexta-feira (5) o primeiro Centro de Radioterapia do Estado. O espaço fica na Zona Norte de Macapá e pode realizar até 900 sessões por mês, cerca de 50 por dia. A unidade será administrada pelo Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal). A obra custou R$ 16,3 milhões, incluindo equipamentos. O investimento foi feito pelo governo federal, via Ministério da Saúde. A entrega faz parte do programa Agora Tem Especialistas (Veja fotos do espaço no fim desta matéria).
Com o novo centro, o atendimento oncológico será concentrado no Estado. A expectativa é reduzir a necessidade do Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Segundo o governo, entre 2022 e 2024, 330 pacientes precisaram deixar o Amapá para fazer radioterapia em outros estados.
Atualmente, 7.187 pacientes recebem atendimento na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), que oferece consultas, cirurgias e quimioterapia. Segundo o governador Clécio Luís, 31 pacientes aguardam para começar o tratamento no novo centro. Quem já iniciou radioterapia pelo TFD continuará fora do estado.
“Quem já está em tratamento fora do Estado vai continuar, porque tem um protocolo que não pode ser quebrado. Então quem está fazendo o tratamento vai continuar o seu tratamento fora do Amapá para concluí-lo e cumprir todo o protocolo. Quem está em processo de TFD também vai continuar, porque já tem uma rede acionada", afirmou o governador.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou da inauguração. Ele lembrou que o tratamento oncológico é longo e pode durar mais de um ano. Segundo Padilha, o TFD obriga pacientes a ficarem longe da família e do trabalho, o que dificulta a recuperação.
"Hoje é o dia que o Amapá garante a independência para vencer o câncer. O tratamento de radioterapia é longo, então se você não tem esses equipamentos aqui no Estado exige que as pessoas tenham que ir para outros Estados durante meses. Então a pessoa perde o trabalho, está longe da família, então há uma desestruturação, e tem muito mais dificuldade de melhorar”, disse o ministro.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 1.040 novos casos por ano no Amapá. Os mais comuns são câncer de mama em mulheres e de próstata em homens. Os dados reforçam a necessidade de ampliar a rede de atendimento. O senador Davi Alcolumbre chamou a inauguração de marco para a saúde do Estado.
"Foi uma luta de muitos anos. Estamos felizes e entusiasmados porque de fato é uma virada de chave no cuidado às famílias do Amapá e no enfrentamento do tratamento do câncer", disse Alcolumbre.

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