O Promotor. O Carro. O Filho. Os Socos. A Esposa. O Condomínio. Os Gritos por Socorro. O Segurança. O Saque da Arma. A Deam e a Denúncia de Agressão
A bruxa está solta no Ministério Público do Pará. Depois da operação que aponta o envolvimento dos promotores de justiça Juliana Nobre e Luis Marcio Sipriano em ações nada republicanas, eis que surge mais um episódio escabroso em envolvendo um membro do parquet. Na quinta-feira, 18, a senhora Aderleize Ferreira Prado compareceu à Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher, DEAM, para acusar o marido, o promotor de justiça Franklin Lobato Prado, de tê-la agredido fisicamente. Ironicamente, Franklin é da Vara da Violência Doméstica. O promotor e a esposa são casados há mais de 30 anos.
Para a polícia, a esposa do promotor narrou que a convivência com Franklin sempre foi marcada por episódios recorrentes de violência, tanto verbal, psicológica e emocional, quanto física. Segundo ela, o marido apresenta comportamento instável, agressivo, controlador, alternando períodos de convivência aparentemente pacífica com momentos de desequilíbrio emocional, nos quais passa a ofender, humilhar, ameaçá-la e agredi-la fisicamente.
Aderleize narrou que jamais registrou ocorrência anteriormente por sempre ter buscado preservar a imagem, a reputação e a carreira profissional de seu marido, por se tratar de pessoa pública, atuante profissionalmente como promotor de justiça e reconhecido socialmente por defender causas relacionadas ao combate à violência doméstica, circunstância que sempre a constrangeu e a levou ao silêncio.
A esposa do promotor relatou que já sofreu agressão física grave, ocorrida há cerca de 10 anos, ocasião em que o autor quebrou sua perna, causando fratura na patela, fato que a deixou temporariamente em cadeira de rodas, resultando em sequelas permanentes, embora não incapacitantes. Disse que à época, por medo e constrangimento, omitiu a verdadeira causa da lesão, alegando queda acidental, embora médicos e familiares tenham desconfiado da versão apresentada. Aderleize contou que os filhos presenciaram diversas agressões.
Mangueirinho- Aderleize narrou ainda que na última quinta-feira, 18, por volta de 18h30min a 19h00, encontrava-se no veículo juntamente com o marido e os filhos, retornando de um evento esportivo no Ginásio Mangueirinho, quando, durante conversa sobre uma viagem planejada pela filha, iniciou-se uma discussão entre o promotor e o filho menor, em razão deste ter expressado opinião divergente. Disse que ao chegarem ao condomínio onde residem, o autor, exaltado, virou-se para o banco traseiro e ameaçou o filho, dizendo que ele “merecia umas porradas”, além de levantar a mão com intenção clara de agredi-lo fisicamente.
O adolescente teria se esquivado da agressão, mas logo em seguida revidou contra o pai levantando a mão, com o promotor sendo atingido na região da cabeça, sendo necessário que outro filho interviesse para contê-lo. Aderleize narrou que, diante da situação, temendo agressões mais graves, passou a gritar por socorro, já que se encontravam dentro do condomínio, o que chamou a atenção de uma vizinha, a qual acionou o segurança do local, que chegou a sacar a arma, por imaginar se tratar de situação de sequestro, pois reconheceu o carro da família.
Segundo Aderleize, seu filho saiu do veículo chorando, em estado de desespero, temendo novas agressões do pai. Posteriormente, ao se dirigir à garagem para buscar sua bolsa, foi segurada pelo braço pelo promotor, que, de forma agressiva, afirmou que “a culpa de tudo era dela”, demonstrando clara intenção de agredi-la, motivo pelo qual a declarante conseguiu se desvencilhar e correu pedindo socorro, dirigindo-se à área comum do condomínio, sendo novamente auxiliada por vizinhos.
Franklin nega agressão- Em contato com a reportagem de O Antagônico na noite desta sexta-feira, 19, o promotor Franklin Lobato negou as acusações imputadas a ele. Franklin relata que depois de breve discussão dentro do carro foi agredido, com dois socos no rosto, desferido por um dos seus filhos, ocasião em que reagiu e a mãe interveio, tentando proteger o filho. Leia abaixo a nota enviada pelo promotor:
"Boa noite Evandro tudo bem?
Essa notícia sobre mim é fake news. A mensagem não condiz com a realidade dos fatos. Trata-se de um problema de ordem familiar, que não envolveu violência doméstica, mas sim um desentendimento pontual entre pai e filho. Tal situação não justificaria a concessão de qualquer medida protetiva, tampouco remoção compulsória ou a instauração de procedimento administrativo. Ressalta-se, ainda, que o princípio da presunção de inocência é basilar no nosso ordenamento jurídico, sendo imprescindível a apuração e o devido julgamento dos fatos antes de qualquer condenação ou medida dessa natureza.
Estou tranquilo de que provarei minha inocência."
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